Pode ser difícil perceber se o psicólogo que escolheu é adequado para si. Por norma, será útil realizar um mínimo de três sessões antes de chegar a uma conclusão a esse respeito. A primeira consulta é, muitas vezes, diferente das restantes, e uma só consulta de seguimento não permitirá ter uma ideia clara do estilo do terapeuta e de como se sente na respetiva presença. Decorridas três sessões, existem algumas questões sobre as quais poderá refletir:
- O meu psicólogo escuta-me atentamente?
- O meu psicólogo compreende-me, ou pelo menos faz um esforço sincero para me tentar compreender?
- O meu psicólogo aceita-me e respeita-me como sou, não me julgando ou criticando?
- O meu psicólogo dá-me espaço para falarmos e trabalharmos sobre aquilo que eu quero falar e trabalhar?
- Existe um bom ajuste entre a abordagem do meu psicólogo e aquilo que eu pretendo num acompanhamento psicológico?
- O meu psicólogo procura deixar-me à vontade para lhe proporcionar feedback?
No que toca às abordagens dos psicólogos, saiba que elas podem ser bastante diferentes entre si. Generalizando, podemos afirmar que algumas são mais estruturadas e focadas diretamente na redução dos sintomas, ao passo que outras são mais exploratórias e dedicadas à compreensão dos significados e/ou causas desses mesmos sintomas. Aquela que será a abordagem mais ajustada para si dependerá, por um lado, do tipo de problemática que apresenta e, por outro, das suas próprias preferências.
Tenha, de qualquer modo, presente que em terapia não existem soluções mágicas! Isto quer dizer que nem sempre se tratará de um processo “agradável” e que serão habitualmente necessários alguns meses até que comece a notar diferenças em si e nas relações que mantém, independentemente do terapeuta com quem esteja e da sua abordagem. Ainda assim, é importante questionar-se se acredita que este tem, pelo menos, o potencial de o ajudar. Comunique-lhe honestamente as suas dúvidas! Apesar de poder ser difícil expressá-las, ele deverá estar preparado para as explorar consigo e, eventualmente, propor uma outra abordagem ou até pessoa, nunca desvalorizando o seu feedback. Entretanto, se a resposta às questões atrás listadas for negativa e não conseguir resolver essa situação com o psicólogo que o acompanha, poderá, efetivamente, fazer sentido mudar.
Sendo a relação terapêutica fundamentalmente humana, é natural que nem sempre se encontre um bom “encaixe” e está tudo bem. Importa não desistir dessa busca e não deixar, também, de falar com um novo psicólogo acerca das suas experiências prévias em terapia. A pessoa com quem valerá a pena fazer esta jornada está algures à sua espera!