Olá, ansiedade, estás de volta?

Marta Flores

Psicóloga Clínica

Sobre a autora.

Sabe aquela sensação de desconforto, de alerta, ou até de medo, que nos mantém vigilantes, à espera de que algo aconteça? E que desejamos sempre que desapareça muito rapidamente e que não volte? Todos nós já nos sentimos assim em algum momento da nossa vida!

O que podemos não ter consciência é que a ansiedade também pode ser boa e desempenhar um papel que nos ajuda a ser produtivos e ou até mesmo a atingir o sucesso! 

Como assim?

Naquela apresentação importante no trabalho; na preparação para aquele teste difícil da secundária; naquela viagem à noite numa estrada desconhecida em que se manteve alerta durante todo o percurso…a ansiedade desempenhou uma importante função de adaptação e até mesmo de sobrevivência! 

Mas e quando é que ela se torna numa ansiedade desadaptativa?

Quando existem sensações que não conseguimos controlar e que podem interferir com a normalidade do nosso dia-a-dia. Estas sensações podem ser coisas como: desmaios, tonturas, dores no peito, arritmias, mãos suadas, diminuição da força, sensação de falta de controlo na nossa cabeça e no nosso corpo…. Quando estas sensações são intensas e frequentes podem ser assustadoras.

Este tipo de ansiedade é sinal de que existe um problema. Podemos ignorar, colocando a ansiedade numa gaveta bem trancada, bem no fundo do nosso armário. Mas como o problema continua a existir a ansiedade só vai crescer aparecendo em sítios onde anteriormente não a víamos, não a sentíamos.

Em vez de ignorar devemos sim ouvir o que a ansiedade tem para dizer e assim entender a sua origem. Mas como?

Por exemplo, num local tranquilo, procure relaxar com recurso à respiração controlada, inspirando devagarinho como se estivesse a cheirar uma flor e expirando lentamente, como se estivesse a soprar uma vela. Apenas 2 minutos de exercícios de respiração como este podem ajudar-nos a acalmar. Com essa tranquilidade ficamos mais capazes de refletir e de identificar quais as situações que despontam ansiedade em nós. Ao identificarmos as situações vamos compreender verdadeiro porquê de nos sentirmos ansiosos. Outra estratégia passa por elaborar um diário onde escrevemos como nos fomos sentindo e o que fomos pensando ao longo do dia, o que uma vez mais nos ajuda a refletir e a identificar as causas da nossa ansiedade. Tendo identificado as causas, podemos começar a trabalhar para fazer as mudanças necessárias para ultrapassar os obstáculos.

Se continua a sentir dificuldade em gerir a sua ansiedade sozinho mesmo tentando aplicar estas e ou outras estratégias, fale connosco, um psicólogo ou psicóloga, pode ajudar.

Por mais desorganizados que a ansiedade nos deixe, é possível aprender a geri-la, procurando recursos para lidar com ela, é possível aprender a tratá-la por tu!

Olá, ansiedade, estás de volta? O que me queres dizer?

Marta Flores (sobre a autora)