
Neste mês do amor, convido-vos a fazer uma reflexão sobre o impacto do afeto e do carinho do outro em nós.
Para alguns de nós pode não ser fácil receber o afeto do outro, seja ele em que formato for: um beijo, um abraço, um sorriso, uma surpresa, uma palavra…
Podemos ter dificuldade em deixar entrar dentro de nós estes gestos afetivos, em aceitarmos o reconhecimento ou assumir a nossa valorização. Desconfiamos do outro e daquilo que nos quer dar, sentimos que não merecemos, não somos dignos, não é para nós.
Deixar entrar alguém no nosso mundo pode parecer assustador, sentimo-nos vulneráveis, perdemos a sensação de controlo e podemos acabar por evitar ou afastar esta experiência com medo que seja dolorosa.
É preciso permitirmo-nos sentir…
O processo de aceitar afeto pode ser difícil…para que possamos aprender a receber é preciso parar, sentar connosco próprios e estar atentos ao que sentimos cá dentro e ao impacto interno daquilo que o outro nos deu.
O que sinto quando o outro é carinhoso comigo? Sinto-me merecedor / merecedora de amor? Quando olho para mim, o que vejo?
O processo de aceitar e saber receber também está relacionado com a nossa auto-estima, a forma como olhamos para nós e nos vemos, com as nossas experiências passadas, com as relações precoces que tivemos…quando nos permitimos receber abrimos espaço para a construção de novas experiências, novas crenças, novas formas de nos olharmos e contemplarmos.
Re(construímo-nos) aceitando que somos merecedores de amor, de afeto, de carinho, confiando que aquilo que o outro que nos dá é verdadeiro e tem valor.
Podemos mesmo pedir ao outro que nos dê afeto aos poucos, ao invés de manifestar o seu sentimento com intensidade, para que possamos ir gerindo dentro de nós, para tomarmos o nosso tempo para assimilar e processar aos invés de evitar ou afastar.
Neste mês do amor (e sempre ) lembre-se de também ser amável consigo!